Obviamente é possível imaginar que todo o nosso acervo filosófico possa ser perdido. Todos os livros destruídos, arquivos deletados e memórias esquecidas. Mas será que esta triste circunstância acabaria de uma vez por todas com a filosofia? Novamente, uma analogia com a arte nos ajuda a pensar. O que você acha que aconteceria se todos os vestígios de toda nossa criação artística simplesmente sumissem da noite para o dia? Todos os quadros, CDs, reproduções, arquivos MP3, livros, fotografias, filmes… Sejamos radicais e façamos desaparecer também todas as nossas memórias artísticas. Livros que lemos, poemas, melodias, esculturas, espetáculos… tudo esquecido. Será que a arte desapareceria junto? Eu não acredito. Da mesma forma que a arte não se esgota no conjunto de seus produtos, o mesmo se dá com a filosofia. A filosofia, tanto quanto a arte, está em nós. E não em nossas memórias, mas em nossas possibilidades, naquilo que nos caracteriza como o que somos. A humanidade é artística, tanto quanto é filosófica. Enquanto existirmos seremos atraídos pelo belo e pela especulação racional desinteressada. Então, se tudo fosse perdido, inclusive nossas memórias, simplesmente começaríamos de novo. Só não haverá mais filosofia quando não houver mais nenhum de nós!
OK, mas quer você concorde comigo ou não, há uma pergunta muito importante sobre o que acabei de afirmar: como é que eu sei disso? Ah… Bem… Deixo esta para outro momento :)
0 Comments
Leave a Reply. |
Blog do Inútil
e do imprestável! Ofensas? Muito ao contrário. Os maiores elogios. Afinal, para que servem a beleza, o bem e a felicidade? Arquivos
March 2023
Categorias |